domingo, 31 de outubro de 2010

A Chegada do Gustavo - Parte 2

Eram quase 20h e nada de ser levada para o Centro Cirúrgico, mas logo vieram me pegar e pensei: Ai! Está chegando a hora, acho que tremí na hora de subir na maca e tentei ao máximo não olhar para teto no trajeto quarto -centro cirúrgico mas como estava muito nervosa e toda vez que fico nervosa eu não consigo ficar quieta acabei olhando e reparei que aquilo deixa as pessoas tontas, cheguei a comentar com o maqueiro. Quando chegamos na entrada do Centro Cirúrgico meu marido teve que se ausentar do meu lado para se paramentar e entrei totalmente sozinha naquele lugar que só tinha entrado antes para observar uma cirurgia, mas naquele momento eu era a paciente, era a vulnerável, a futura mamãe.

Quando enfim chegamos a sala que iria ser meu parto minha médica estava lá totalmente tranquila e isso começou a me tranquilizar, porém o clima do centro cirúrgico era muito amistoso, a equipe conversava sobre algo bem engraçado mas que eu não prestei muita atenção já que estava muito tensa. O anestesista (que se diga de passagem, parecía ter a minha idade) foi logo me perguntando se eu estava nervosa, quando confirmei que sim com a cabeça ele veio logo dizendo: "Ahhh, fala sério, isso vai ser muito tranquilo, você vai ver! " Ele pediu para eu prestar totalmente atenção nele e tentar esquecer aquele lugar que eu me encontrava e assim foi me explicando tudo detalhadamente, tudo que eu podería sentir, tudo que eu podería achar que estaría sentindo e isso foi fundamental para me tranquilizar. Após toda a mini aula do anestesista ele pediu para deitar-me de lado e começo a fazer a escovação (é uma assepsia com álcool iodado, aquele líquido com cor de mercúrio cromo) neste momento intimamente me deu um certo pânico e eu só pedía a Deus para dar tudo certo, ele então aplicou a anestesia que diga-se de passagem foi quase indolor, só sentí uma picadinha mesmo, nem acreditei que tinha tanto medo da bendita anestesia que no final foi menos indolor do que a que tomei quando fui extrair um dente ciso, fui deitada novamente e a parti dali sentí tudo dormente dos meus seios para baixo, porém com isso você também perde toda a sua privacidade e comecei a rir todas as vezes que alguém me encostava pois a sensação era engraçada como se estivesse "formigando", mas logo passou.

Eu estava totalmente monitorada e adormecida e a médica veio e disse: "Vamos trazer o Gustavo ao mundo?", pediu para chamar meu marido e logo ele entrou na sala totalmente irreconhecível, a enfermeira super mega blaster bacana viu que ele estava com uma máquina e perguntou se quería que ela fotografasse o parto, o Nem explicou como funcionava a máquina e logo sentou ao meu lado. A médica como sempre muito cômica ficou me dizendo: "Ihhh, já te cortei e viu, você não está sentindo nada" (meu maior medo era ser cortada e sentir o corte), logo que ele se sentou já madaram ele levantar e o anestesista pediu para aguardar um minutinho e soltou um pouquinho do pano para eu ver o meu príncipe sendo erguido.
Quando a médica ergueu ele, nossa!! Que surpresa! Meu príncipe era cabeludinho e lindooooooooooo e chorava horrores (nem precisou de tapinha), que sensação maravilhosa ouvir aquele chorinho, era o melhor som que eu ouvia desde que ouví o coração dele batendo na ultrassonografia, eram 20:30h e enfim o Gustavo veio ao mundo.



O pediatra foi limpá-lo e meu marido só sabia agradecer a Deus e dizer que ele era lindo, isso com lágrimas nos olhos!! Naquele momento minha vida estava mudando, eu nem consigo dizer o que pensava, acredito que pela primeira vez não pensei em nada, só fiquei quietinha ouvindo o chorinho dele.



Quando vieram com ele enroladinho e colocaram em meus braços, nossa! que emoção! algo que não tem como se explicar, é algo divino, celestial, um verdadeiro estado de graça. Comecei a falar com ele e imediatamente ficou quietinho, me ouvindo com os lindos olhos castanhos abertos como se fosse ainda um pedaço de mim eu comecei a verificar tudo, os olhinho, as orelhas, e o cabelo Jesus, como ele tinha tantos cabelos considerando que eu e o Jocimar nascemos totalmente carecas?







Após um breve contato com meu rebento tive que me separar dele pela primeira vez, a primeira vez em 9 meses, ele iria sair de perto de mim para começar sua vida individual. A enfermeira perguntou ao Nem se ele quería levar o bebê para o berçário e é claro que ele disse que sim e o pai todo proza foi levá-lo, um pai totalmente emocionado!




Naquele momento me sentí muito só, fiquei calada pela primeira vez durante o parto, a médica percebeu minha quietude e começou a falar coisas engraçadas, mas minha cabeça já estava lá no Gustavo! Como será que ele estava? Quanto pesava? Quanto medía? aí ouví a médica dizendo que já estava dando os pontos e que já iria terminar, logo depois o anestesista veio começando a tirar tudo e dizendo que já tinha terminado!! Mas eu estava lá, maravilhada! Sei que falei muito com eles! Perguntei até se ela tinha tirado umas gordurinhas! rsrsrsrs! Exteriormente eu falava coisas engraçadas, mas interiormente me sentía maravilhada, feliz, em extase!
Não demorou muito eles terminaram tudo e minha médica veio se despedir de mim, me deu beijinho e pediu para que ligasse para ela se qualquer coisa diferente acontecesse. Fui então levada para o quarto, saindo do centro cirúrgico meu marido estava lá fora já me aguardando e não cansava de dizer que ele era lindo! Perfeito, enorme e que não parava de chorar na encubadora.




Quando cheguei no quarto minha mãe e meu pai estavam lá, disseram que o Gustavo era lindo e logo se despediram de mim e foram embora, o Jocimar foi comer algo e fiquei ali, sozinha, mas eu estava maravilhada e naquele momento minha mente só me trazia flashes do parto e do meu príncipe vindo ao mundo. Não demorou nem 1 hora e trouxeram o meu bebê lindo, todo de banho tomado e com a roupinha que escolhí para ser a primeira para ele usar, nossa! Como aquela roupa ficou muito mais linda nele. Colocaram ele ao meu ladinho, eu ficava olhando para ele e me sentindo muito mais feliz do que nunca pude imaginar. Durante a madrugada pedí para meu marido colocar ele em meus braços, pois quería sentí-lo junto a mim novamente e passei a noite toda sem dormir agradecendo a Deus por ter me abençoado tando e admirando ele. Foi a melhor noite sem dormir da minha vida, confesso!







Quando eram umas 7 da manhã veio a enfermeira pedindo para eu me levantar para tomar banho e levou o Gustavo para tomar seu segundo banho, eu fiquei morrendo de medo das dores, mas apesar da tontura me levantei bem e logo estava debaixo do chuveiro. Quase não sentí dor e foi ótimo, tería 10 filhos se todas as gestações e partos fossem desta forma. Logo trouxeram meu lindo novamente e ficamos namorando ele o tempo inteiro. Minha médica me ligou várias vezes para saber se estava tudo bem e recebemos algumas visitas no hospital, foi ótimo.









Meu parto foi maravilhoso, muito abençoado e estou muito feliz pelo Gustavo na minha vida! Os primeiros dias de adaptação são complicados, mas estou amando tudo! Estou apaixonada pelo meu príncipe e a cada dia me sinto mais mãe e mais feliz!

Hoje eu posso dizer com toda certeza que não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome!


Gustavo saindo da maternidade

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A chegada do Gustavo - Parte 1

Durante a semana fui levando tudo normalmente, nem parecía que euzinha iria ter o Gustavo em meus braços logo logo, eu era uma pessoa totalmente Zen, as meninas na comunidade do orkut não acreditavam em como eu estava calma e nem muito menos eu, só posso creditar isso a Deus mesmo, porque só ele para me deixar num estado tão sublime.
Uns dias antes separei tudo que iria levar do Gustavo para a maternidade e deixei em uma gaveta do guarda-roupas dele pois não quería colocar tudo na bolsa e deixar amarrotar, separei minhas coisas mais específicas e disse para minha mãe que se por acaso eu entrasse em trabalho de parto que era para ela pegar tudo que estava naquela gaveta e levar para a maternidade, mas graças a Deus isso não aconteceu. Pude arrumar tudo com muita calma e com muito cuidado para não esquecer nada, não seguí nenhuma lista que lí de maternidades pois achei um absurdo a quantidade de roupas que elas te indicam levar, levei uns 4 conjuntos lindos e mais um de reserva para casos extremos, levei toalhas do bebê, fraldas, coisas de higiene íntima e o quadrinho que fiz.
Mesmo eu estando tão Zen é lógico que não conseguí dormir na minha última noite de sossego na vida, digo isso porque quem é mãe sabe, nunca mais dormí tranquila como antes. Na manhã do grande dia fiz escova, unha, cuidei de mim e almocei muito bem, minha médica me pediu para comer bem mesmo, pois depois iria ficar muitas horas em jejum e isso iria me ajudar a não ter tanta fome. Eu tería que estar no hospital as 6 da noite, sendo que as 2 da tarde a secretária da médica me ligou pedindo que eu chegasse as 5 da tarde, pois meu parto sería adiantado em 1 hora, foi aí que minha ficha caiu e minha barriga gelou naquele momento.
Antes de sair de casa entrei no quarto do Gustavo e pensei: "A próxima vez que eu vier aqui já terá um dono!", então pedí a Deus que me ajudasse no parto e que tudo ocorresse da melhor forma possível.
Chegando no hospital, mesmo eu pagando tudo particular esperei quase 1 hora na recepção para conseguir me internar. Quando enfim entramos no quarto pude observar a serenidade que ele me passava, ajeitei minhas coisinhas e fiquei na expectativa do que viría a acontecer logo logo.
Assim que comecei a me sentir mais tranquila entrou uma enfermeira e já veio pedindo para eu colocar aquele roupão Bundifora, que por sinal é horrível e o próprio nome já diz, você fica com o bundão todo de fora. Assim que me vestí ela retornou e me colocou o soro, eu nunca tinha recebido soro antes e até que não foi tão ruím como imaginava.


O Nem então resolveu tirar a última foto do Gustavo na barriga e já me sentí com aquele clima de despedida, era um misto de sentimentos, emoção, ansiedade, vazio, medo e ao mesmo tempo serenidade.




Quando o primeiro frasco de soro já estava no final meu celular tocou e era a médica dizendo que iria se atrazar um pouquinho e que assim que ela chegasse ao hospital eles iriam me levar ao centro cirúrgico, na hora até me sentí mais calma pois tería mais alguns minutinhos com ele só para mim, mas acho que minha tensão atrapalhou este momento final porque ele ficou tão quietinho, acho que ele curtiu mais os últimos momentos na barriga do que eu.

domingo, 24 de outubro de 2010

A reta final e o dilema do parto.

Depois do último ensaio e dos preparativos finais do quarto eu já estava exausta, todos sempre me diziam que a gestação quando chegava a reta final demorava muito para passar, chegaram a dizer que a gestação durava 8 meses e 1 ano! Mas para mim foi um momento tão sublime que não me sentia preparada para ter o Gustavo com 38 semanas, pois como apareceu uma varize em minha genitália e justamente do lado direito onde fazem a episiotomia o parto normal estava contra indicado com risco de hemorragia, então foi decidido que sería o parto cesariana mesmo. Com 38 semanas fui na médica e ela disse: "Vanessa, se quizer podemos fazer o seu parto a partir do dia 7 de maio". Aquilo soou como uma despedida para mim, eu não achava que estava na hora ainda, não conseguia me imaginar com o Gustavo nos braços em dois dias, sei lá o que aconteceu comigo mas eu pensava que podería ficar mais um mês barriguda tranquilamente e minha médica achou que minha ficha só ia cair na hora que visse o bebê, meu marido ficou até chateado quando eu disse que não iria fazer o parto no dia 7 de maio chegando a dizer que se eu entrasse em trabalho de parto e ele estivesse trabalhando que ele não iria vir para assistir, mas é claro que eu não acreditei nele.
Aguardei mais uma semana e na outra consulta eu disse para a médica que gostaría de tê-lo no dia que completasse as 40 semanas ou então só iria fazer o parto se ele desse sinal de que já estava pronto para nascer, fora isso eu continuaría barriguda.



Nas semanas finais eu não deixei de ir para a hidroginástica que era o fator principal na minha sensação de bem estar e ausência de dores pelo corpo que todas as outras mães da comunidade do orkut que eu participava reclamavam tanto, mas todas as vezes que eu chegava na academia todos se espantavam comigo, e começou a fase chata que todos acham que o bebê tem que nascer e que já está passando da hora.
É impressionante como as pessoas se metem e falam baboseiras quando estamos grávidas, e no final parece que fica muito pior, quando vinham me dizer: "Nossa, ainda não nasceu?", "Mas não já passou da hora? Esse bebê não quer nascer?" e a pior de todas: "Você não errou nas datas?". Pelo amor de Deus, só faltava eu me descontrolar e tentar enforcar um, mas como prometí serenidade no meu momento sublime eu contava até 10 e dizia que o bebê era para o final de maio e que eu iria esperar até lá, mas sempre tinha um para dizer: "Mas porque esperar, você não vai fazer cesariana? Então! Deixa de ser boba!". Sem palavras para as pessoas que me diziam isso, eu só respondia que preferia deixar tudo o mais próximo da naturalidade já que o parto não sería natural.




Então na consulta do dia 17 de maio assim que entrei no consultório minha médica veio logo me questionando: " Não vai passar das 40 semanas não né mocinha?", eu disse que era claro que não e enfim marcamos a data: 21 de maio de 2010 às 20:00h. Preferí o horário da noite por três motivos, o primeiro era de que até eu voltar do centro cirúrgico sería bem tarde, então só tería visitas no dia seguinte quando eu considerava que já estivesse me sentindo melhor, segundo que eu ficaria internada menos horas pois independente do parto ser feito na sexta-feira durante o dia ou a noite eu só tería alta no domingo pela manhã, e o último motivo foi porque meu marido podería me acompanhar todo o tempo que estivesse internada.
Saindo do consultório liguei para o Nem e tudo estava combinado, na sexta-feira o nosso pequeno príncipe nascería e enfim iríamos ver o rostinho dele. Porém não quis contar para ninguém que eu tinha marcado a data, apenas para meus pais, meu irmão e algumas pessoas restritas, pois como eu estava calma não quería ninguém me dizendo: "Está nervosa? Faltam x dias para ele nascer!" e me colocando nervosa. Então com a data marcada, todos felizes e eu por mais incrível que pareça era quase uma monja de tão Zen que estava.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Gestação parte 4: Ensaio Fotográfico com 8 quase 9 meses

A gestação já estava na reta final, faltava 4 semanas para as 40 semanas completas mas com 36 semanas já é considerado 9 meses, ôoo contagem doida essa né, no início eu sempre me confundia com esse negócio de semanas e meses. Como já contei no primeiro ensaio meu marido não quis ir pois achava besteira e depois se arrependeu muito, agora quando combinamos o segundo ensaio marcamos para um feriado - dia 23 de abril, o lugar agora do ensaio sería o Jardim Botânico que foi escolhido por dois motivos: O primeiro foi que o momento pleno que eu estava passando merecia fotos num lugar com muito verde, árvores, natureza, enfim um lugar que você pode sentar sozinho e parece que sente a presença de Deus, você pode olhar para qualquer coisa e pensa: " Nossa como Deus é maravilhoso! Como ele pode fazer isso com tanta perfeição!". O segundo motivo foi porque eu nunca, nunquinha tinha visitado o Jardim Botânico! Isso é um absurdo para uma carioca de 26 anos, como assim eu nunca tinha ido ao Jardim Botânico? E esse ensaio foi uma boa desculpa para conhecê-lo.


Chegando lá fomos logo observando os melhores lugares para tirar fotos e no início o Nem (apelido carinhoso meu e do meu marido, ele me chama de Nem e eu chamo ele de Nem, bem coisa de pobre rsrsrsrs!) estava morrendo de vergonha, inicialmente se arrependeu de ir, mas aos poucos foi se soltando.



Assim q engrenamos nas fotos olhei para o caule de uma árvore e comecei a rir, chamei a atenção de todos falando: "Olhem a árvore também está grávida!", é claro que aproveitamos para tirar uma foto. Logo percebemos um ótimo ângulo para a tradicional foto do papai beijando a barriga da mamãe!



No meio da sessão de fotos avistamos uns miquinhos e é claro que paramos para admirá-los, logo depois o sol apareceu lindamente e parece até q iluminamos com uma lâmpada o ambiente, tiramos várias fotos juntinhos e quando demos um beijinho o Gustavo deu sinal que não gostou muito chutando vigorosamente minhas costelas.



Tiramos tantas fotos que nossa! Fiquei exausta, mas conseguí fazer várias fotos com roupinhas do meu baby que são o ítem que mais te remetem a como será o bebê, não tem nada mais gostoso do que pegar a roupinha nos braços e tentar imaginar o bebê alí dentro, é algo mágico. E por último repetí a foto do laço na barriga que tinha feito no primeiro ensaio, só que neste com a barriga enorrrmne ficou perfeita, é uma das minhas preferidas.



No final de tudo eu achei que valeu muito a pena e recomendo a todas as mamys que façam um ensaio, mesmo sendo ele com uma câmera simples e um conhecido como fotógrafo, ainda mais fazer as fotos em um lugar lindo, tranquilo e com muita natureza. As fotos serão recordações saudosas da época em que a barriga grande era algo maravilhoso e depois que os bebês nascem por mais incrível que pareça dá a maior saudade do barrigão!


Fotos: Bruno Fontes - Contato: fotos@brunofontes.net
http://www.flickr.com/photos/brunofontes/